Estudantes de Cajati desenvolvem projetos com soluções tecnológicas e que sugerem hábitos saudáveis e ecológicos

Gabinete - Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2019


Estudantes de Cajati desenvolvem projetos com soluções tecnológicas e que sugerem hábitos saudáveis e ecológicos

Uma bicicleta geradora de energia, utilizada para carregar o celular enquanto pedala, e um tijolo ecológico, produzido a partir de resíduos do palmito pupunha foram os projetos desenvolvidos por alunas do 8º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Frutuoso Pereira de Moraes em Cajati.

O projeto da bicicleta foi criado pelas alunas Ashley de Lima Rosa, Izabela Lourenço Gouveia e Rayssa Alves Monteiro e orientado pela professora Andréia Nunes Lima. O ponto central do projeto foi desenvolver um produto para solucionar a falta de tomadas ou energia elétrica para carregar o celular em determinados lugares e ao mesmo tempo incentivar a prática de uma atividade física. “Com essa iniciativa, queremos unir tecnologia e bem-estar físico. Com as pedaladas, é possível praticar uma atividade e ter o celular funcionando conjuntamente”, explica a orientadora.

O prefeito Vavá Cordeiro foi até a escola esatdual conferir os projetos desenvolvidos pelas estudantes

Embora o tempo para desenvolver o projeto fosse curto, segundo Andréia, o apoio dos investidores foi importante para motivar as alunas e concluir o trabalho no período determinado. “A verba que o governo destina para pesquisa é bastante limitada, sendo assim pagamos pelo material que utilizamos e a bicicleta foi emprestada. Tivemos também apoio da equipe escolar, dos pais e de parcerias que foram fundamentais para dar andamento ao trabalho”, observa. Para a aluna Rayssa, os parceiros foram grandes incentivadores. “Eles acreditaram que conseguiríamos. A professora e o Kazu, um dos parceiros, foram importantes para que pudéssemos manter a motivação e seguir em frente. Tanto é que estamos muito animadas para dar andamento ao projeto”, considera.

Rayssa conta que o aprendizado que tiveram levarão para toda a vida. “Foi uma experiência fantástica. Aprendemos sobre temas que nem imaginaríamos ter acesso no ano que estamos cursando”, afirma. “Na Fecivale (Feira de Ciências do Vale do Ribeira, em Registo - SP, onde foram apresentados os projetos), sentimos como se estivéssemos em outro mundo e nos fez perceber que podemos fazer algo a mais para o nosso futuro. Pretendemos, inclusive, estar na Fecivale de 2020”, conta.

De acordo com a orientadora Andréia, há outros projetos similares no Brasil. No Vale do Ribeira, com o uso do dínamo e essa finalidade, esse é um projeto pioneiro. “O próximo passo agora é patentear essa ideia das meninas e apresentar para uma empresa fabricante de bicicletas que tenha interesse em comercializar o projeto”, diz e acrescenta: “Vale a pena levar adiante, as alunas são muito aplicadas e têm força de vontade. Foi gratificante trabalhar com elas”, considera.

No dia da visita à escola estadual, para conferir os proejtos das alunas, o prefeito Vavá assitiu à exposição do conteúdo feito pelas duas equipes

O projeto do tijolo ecológico, feito com resíduos do palmito pupunha foi orientado pela professora Jéssica de Lima Sobral e desenvolvido pelas alunas Ana Rita Mesquita Alcântara, Geovana Caroliny de Lima Mota e Maria Eduarda Ferreira Pontes.

De acordo com a orientadora, a inspiração surgiu na identificação da problemática encontrada no Vale do Ribeira para dar destino aos resíduos da produção do palmito pupunha. “A produção do pupunha ganha cada vez mais mercado e a quantidade de resíduos dessa palmeira é grande. Sabemos que são usados normalmente como adubo e ração animal”, expõe. “As meninas decidiram aproveitar esse material. A ideia inicial era criar uma telha a partir desses resíduos, para amenizar o calor em ambientes, devido às altas temperaturas na região. Mas, pela falta da possibilidade de ter acesso ao equipamento necessário para a sua produção, mudamos para o tijolo”, explica.

A produção do tijolo ecológico com a fibra do pupunha apresenta benefícios. É possível reduzir o uso da argila e também a espessura da peça. “A argila é cada vez menos encontrada, por isso a necessidade de reduzir o seu uso”, explica. Outro aspecto positivo será a diminuição significativa da temperatura ambiente interna em um imóvel. “Além desses benefícios, será possível facilitar o acesso ao produto pelas famílias com renda mais baixa que contarão com um custo mais baixo na compra e ainda poderão ter um ambiente mais agradável em casa nos dias quentes”, pondera.

As alunas também darão continuidade ao projeto. Os técnicos de edificações, do Instituto Federal em Registro, abriram as portas para que elas façam os testes nos laboratórios e equipamentos da instituição. Recentemente, elas também visitaram a Palmavalle, fabricante de palmito para que pudessem conhecer como é o funcionamento de uma fábrica de palmito. “Orientar as alunas foi um prazer imenso e sei que elas têm um lindo caminho a seguir, pois são dedicadas, resilientes e capazes de alcançar o que almejam”, elogia a orientadora Jéssica.

Alunas visitam a sede da Palmavalle, fábrica de conservas de palmito em Cajati

A aluna Maria Eduarda conta que o projeto foi uma oportunidade importante de aprendizado. “Essa experiência que tivemos, certamente será fundamental para nossas vidas e para o que teremos pela frente”, ressalta.

Prefeitura do Município


Cajati